Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
***Antes a mídia fazia glosa com os sem emprego/trabalho e os sem estudo, mas já vale agregar os sem diploma, fenômeno que começa a criar volume por causa da desatenção administrativa, motivado pelo bônus demográfico, não preponderantemente.
E daqui pra frente muitas serão as “justificativas” apoiadas no bônus, um gap populacional que vai crescer até 2022, conforme especialistas. Ou seja, um fenômeno que os bons estatísticos e censocratas anteviram na década de 60 e seguintes.
Mas, só o bônus não é tudo, porque se deve somar a evasão, que aglutina reprovações, retenções, trancamentos, desistências, etc. etc. Causas também são os casos como dificuldade em acompanhar o curso, grande oferta de emprego, dificuldades financeiras, desilusão com o curso escolhido e pouco valor do diploma, o qual não é reputado exatamente nos focos de empregabilidades sem maiores expressões, a não exigir competências e habilidades. Basta ter duas pernas com pés, dois braços com mãos e boca pra falar, quando muito.
Em 2012 o Inep aponta que o total de ingressantes cresceu 17%, frente a 2011, mas o índice de concluintes foi da ordem de 3,3% resultando 1,05 milhão que puseram as mãos nos diplomas superiores, quase a metade dos que ingressaram quatro anos antes (2009).
Naquele ano, um em quatro estudantes não voltou às salas de aula, apontando que 25% desistiram de seus cursos enquanto que em 2011 o indicador mostrou 18%. Com isso, quase 1,5 milhão estão fora das faculdades.
De parte a parte, todos os envolvidos no setor educacional querem colocar suas colheres nessa sopa de letrinhas. Uns dizendo que se deve a fusões de grupos educacionais, outros “explicando” que o mercado de trabalho está aquecido, na formalidade ou não, e vão bem longe surfando no imaginário pois faltam pesquisas sólidas e consistentes que até poderiam segurar a prancha. Os mais céticos declaram que é culpa dos valores das mensalidades, porém a turma do “deixa disso” não assume que é preciso repensar a escola e que o grande vilão é o esgotamento do modelo.
Verdade também é que “ganhar dinheiro é bem melhor” do que gastar com estudos, principalmente em momentos econômicos como os atuais, de consumo exagerado, sobretudo em supérfluos, pois se adquire uma moto ou carro zero com módicos R$ 200,00 mensais. O que dizer então dessas traquitanas modernas como IPad, IPod e outros infernos eletrônicos priorizados no cotidiano, sobretudo na base da pirâmide social?
Colhido o depoimento de um estudante que concluiu o ensino médio e iniciou curso de engenharia, depois de quatro meses veio a desistência junto com a desilusão. Em seguida ingressou em Economia no qual ficou por três meses mas também desistiu indo ao mercado de trabalho. Insatisfeito retomou os estudos para então cursar Psicologia mas não aguentou a pasmaceira. E esse não é um caso isolado pois há centenas, senão milhares, iludidos com a realeza de um diploma, que hoje ele está sem. É a dança das cadeiras.
Assim, qual é efetivamente o valor de um Diploma, por exemplo das licenciaturas, se ele tem baixíssimo valor econômico, não carrega nenhum simbolismo, ao contrário tem baixo prestígio? Embora sabido que se com o Diploma é difícil, sem ele é impossível.




